sexta-feira, março 09, 2012

ORIENTAÇÕES SEXUAL PARA CRIANÇAS

Estamos em pleno século XXI e ainda falar sobre sexo é tabu, envolve preconceitos e mitos, ao menos para a maioria das pessoas. Pais e educadores ainda têm dificuldades em abordar o tema de forma prática e tranquila. Não é de se estranhar a quantia de piadas sobre o comportamento sexual, e os nomes (apelidos) dados a genitália feminina e masculina. Isto ainda acontece pelo fato de pais e educadores ficarem sem saber o que fazer diante de uma situação em que a criança expressa de maneira natural sua sexualidade, seja ela por perguntas ou por brincadeiras sexuais entre pares ou outros comportamentos tais como, masturbação em público, “palavrões”, brincar de médico, etc..
Muitos pais e educadores pensam que se falar sobre comportamento sexual vai adiantar a vida sexual de suas crianças, pesquisas mostram que na verdade acontece o contrário. “O fornecimento de informação sexual é na verdade associado com o desejável início mais tardio de atividade sexual por adolescentes.” Klein & Gordon (1991).
Mas, falar sobre sexualidade não é fácil, pois se a criança não entender o que lhes é dito, possivelmente irão buscar informações em outros lugares e poderão receber informações enganosas. É fato que para o bem da criança pais e educadores forneçam informações corretas e de acordo com o desenvolvimento cognitivo da criança.
Informações às crianças de até 2  anos de idade
 Nomeie corretamente as partes do corpo. Na hora do banho vá nomeando as partes do corpo juntamente com a criança, cabeça, orelhas, nariz, boca, olhos, pescoço, braços, pênis/vulva, etc.;
- Se a criança ver seus pais, por uso do mesmo banheiro, tomando banho ou usando o sanitário, os pais devem aproveitar também para nomear corretamente as partes do corpo;
- Nesta fase se dá o inicio da definição da identidade de gênero, identidade que se faz através de um processo sociocultural. Esta identidade que fará uma pessoa agir e assumir os papeis social definidos socialmente, de acordo com suas características sexuais definidas geneticamente para elas. Isto quer dizer que, homens e mulheres não nascem sabendo como devem agir, são os pais que vão informando ao menino e a menina como devem se comportar. Os bebês do sexo masculino são vestidos de azul, os bebês do sexo feminino são vestidos de rosa. Assim os pais com crianças nesta faixa etária podem orientar seus filhos sobre identidade de gênero através de brincadeiras, escolhas de brinquedos, roupas, atividades e comportamentos.  Sempre de maneira clara, objetiva e natural. Por exemplo, se o menino calçar o sapato da mamãe, dizer que ele logo crescerá e irá usar sapatos iguais ao do papai (modelo adequado de identificação). Lembrando que é importante sempre observar os papeis que os adultos representam, se a mãe dirige, a menina poderá ter carrinhos para brincar, se o menino viu o pai ajudando em casa com o bebê e atividades domésticas, não terá problemas em brincar com bonecas.
Informações às crianças de 3 a 5 anos de idade
 - Nesta fase podem experimentar masturbação com ou sem orgasmo;
- Ter brincadeiras sexuais com irmãos ou colegas;
- Exibir-se fisicamente e explorar os próprios genitais e de outros.
Se estes comportamentos ocorrerem na frente dos pais ou professores, deve-se aproveitar para ir além do observado. Neste momento ensinar que colocar algum objeto nas aberturas do corpo pode ser algo perigoso e, por isto, não é permitido. Informar que masturbação é algo íntimo, privado e não deve ser feito em público.
Outra orientação importante a ser dada é sobre o que diz respeito à prevenção do abuso sexual. Para saber como agir frente à ameaça de abuso sexual, a criança deve aprender que só ela poderá tocar suas partes íntimas. Esta regra se aplica para parentes, amigos e estranhos. Para isto ela deverá anteriormente aprender a nomear as partes de seu corpo bem como a função destas partes. Além disto, ensinar a criança a dizer: “Não vou fazer, meus pais me ensinaram que não pode” e ir embora. E ensinar a contar quando isto ocorrer.
Usando sempre palavras que a criança entenda, explicar quem são pessoas estranhas e razões pelas quais devemos dizer não. Para isto devemos permitir a criança dizer não para situações que lhe desagrade ou que lhe traga algum desconforto. Por exemplo: Dê um beijão no titio. Se você percebe que esta situação desagrada à criança, pedir a ela que conte o que sentiu, assim, ensinamos a criança expressar de forma correta seus sentimentos.
Ensinar também como age os abusadores – oferecem doces e presentes, passeios de carro. E dizer às crianças que na maioria das vezes, os abusadores não são pessoas estranhas, são pessoas próximas, do seu próprio meio.
Informações às crianças de 6 a 12 anos
 Aqui se firma a identidade sexual;
- As crianças deverão receber informações sobre as mudanças que virão com a puberdade;
- Ensinar que nem todos os adultos são confiáveis;
- Se bem orientada ela conseguirá perceber que seu corpo oferece dicas do que é bom ou ruim;
- A criança deverá receber informações corretas sobre, AIDS, controle da natalidade e de doenças sexualmente transmissíveis.
Referência Bibliográfica: Silvares, E. F. M. (2002) Em: Comportamento Humano (Tudo ou quase tudo) que você precisa saber para viver melhor. Orgs. Maria Zilah da Silva Brandão, Fátima Cristina de Souza Conte, Solange Maria Beggiato Mezzarba. 1ª Ed. Santo André, SP: ESETec Editores Associados.
Viviane Alonso de Paula Sperandio - CRP 08/09831
Viviane atende em Maringá, no Aspen Park Trade Center – Av. São Paulo, 1061, 7º andar, sala 702. O telefone é (44) 9952 4270. E-mail: viviane@terapeutacomportamental.com.br

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