Com a diversidade de meios de acesso à Internet, é comum ver crianças
navegando pela web com total autonomia e acessando redes sociais como o Facebook,
por exemplo. No entanto, permitir a entrada “precoce” dos pequenos no
mundo online, pode não ser uma boa ideia. O TechTudo reuniu motivos
pelos quais a rede pode apresentar riscos para crianças.
1. O Facebook é proibido para menores de 13 anos
De acordo com as regras de uso do próprio Facebook, apenas adolescentes
a partir de 13 anos podem criar uma conta na rede social. Apesar de não
existir um consenso sobre a idade ideal, o objetivo é permitir apenas a
entrada de pessoas que, mesmo ainda muito jovens, já sejam capazes de
separar o certo do errado e fazer escolhas baseadas nos seus valores.
De acordo com a coordenadora do Childhood Brasil, Erika Kobayashi, que
trabalha em programas sobre proteção infantil como o “Navegar com
Segurança”, os responsáveis precisam ficar atentos. “É importante que os
pais monitorem seus filhos, e que eles sigam as regras básicas
estipuladas pelas redes. É muito importante ter a consciência de que as
crianças interagem de muitas formas diferentes e que isso representa
perigos”, afirma.
2. Privacidade de fotos e posts expostos
Outro motivo para manter as crianças menores de 13 anos fora do
Facebook diz respeito à privacidade de posts e fotos nas redes sociais. É
que, mesmo que a nova geração já tenha nascido no mundo online,
informações importantes como a configuração de privacidade, podem passar
despercebidas se um adulto não 'blindar' o perfil do menor como
privado.
“Crianças sozinhas em fotos de perfil ou nos álbuns jamais, isso é uma
regra básica. Também vale não disponibilizar publicamente as imagens
delas em alta resolução. Cibercriminosos podem usar as fotos de boa
qualidade para montagens, ou disponibilizá-las em sites de conteúdo
abusivo e pornográfico”, disse Kobayashi. Além disso, manter públicas
fotografias de crianças pode ajudar outras crianças que praticam
bullying a usá-las de forma inadequada.
3. Rastreamento e localização fácil
As conversas em chats, em geral, oferecem a localização dos usuários na
hora de enviar uma mensagem via dispositivos móveis (smartphones e
tablets) e alguns computadores. Sem o bloqueio dessas funções, as
crianças também podem se tornar alvo fácil de localização.
Além disso, a publicação imediata de fotos – ou os marcadores de fotos –
com locais indicados no Facebook, também contribui para localizar esses
usuários facilmente.
4. Contato facilitado com estranhos
Uma das funções básicas do Facebook é aproximar pessoas conhecidas e
permitir que o usuário conheça outras novas por meio da plataforma. Por
isso, qualquer pessoa pode ter acesso ao perfil de uma criança,
inclusive desconhecidos, se tiver conta na rede social.
“Os pais precisam ficar atentos aos contatos na rede social. É
necessário orientar a criança a não abrir a webcam para qualquer um,
assim como não contar detalhes da vida pessoal. Mas o principal, é o que
vale na rua também: não conversar com estranhos", orienta Kobayashi.
5. Bullying, assédios e abusos
Nas redes sociais, atitudes como o ciberbullying, o bullying virtual,
se tornaram muito mais corriqueiras, assim como assédios e abusos. Por
isso, a orientação para ter cuidado com o que é publicado, curtido,
compartilhado e comentado na rede social é extremamente válido.
O Facebook mantém campanhas que orientam os usuários a não praticar
bullying e avisar ao site sobre atitudes ofensivas. É possível denunciar posts, fotos, vídeos e perfils na rede social.
Assim, as configurações de controle de fotos, a privacidade do perfil e
a divulgação da localização da criança se tornam fatores cruciais para a
preservação da mesma online.
6. Spam, pornografia, violência
O Facebook não possui ferramentas de controle dos pais na rede. Dessa
forma, a criança fica “livre” para ter o acesso à quaisquer conteúdos
abusivos disponíveis publicados por outros usuários. E, engana-se quem
pensa que isso significa apenas pornografia. Fotos, textos, grupos de
discussão e vídeos violentos também circulam pela rede social, e aos
montes.
Há também políticas internas para denunciar esse tipo de conteúdo
inadequado na rede social. Porém, a ferramenta de alerta não garante que
o site fique livre de imagens e textos abusivos que se reproduzem e se
renovam todos os dias pelas mãos dos próprios usuários.
7. Links maliciosos, plugins e golpes
O número de golpes, links e plugins maliciosos no Facebook também é
grande. Em geral, eles vêm acompanhados de imagens atrativas ou
promoções que prometem viagens, smartphones e uma infinidade de outros
prêmios. Tudo isso chama a atenção de usuários das mais variadas idades,
incluindo crianças que buscam por jogos e outras brincadeiras.
Ao acessarem tais links e serem vítimas de golpes, os pequenos podem
acabar divulgando dados pessoais ou adquirindo algum vírus para o
dispositivo que usam para acessar a web.
8. Conteúdo pago com dados do cartão dos pais
Os jogos são um dos maiores atrativos para crianças no Facebook. No
entanto, alguns conteúdos deles podem ser pagos na rede social. Fazendo
uso do cartão dos pais, mesmo quando autorizado, a criança pode
disponibilizar dados indevidos, ser vítima de novos golpes bancários e
vírus, ou mesmo fazer "compras" acima do limite dado pelo pai ou pela
mãe.
É preciso estabelecer limites
Ainda de acordo com Erika Kobayashi, nem sempre as redes sociais são
vilãs. Segundo a especialista, há muita coisa boa que a criança pode
aprender usando a web e as redes sociais. Mas, para isso, é importante
ter uma fiscalização dos pais, que precisam navegar junto com essas
crianças e criar limites para o espaço que a Internet ocupa na vida
delas.
“É importante que os pais também definam um tempo de navegação. O uso
excessivo da web, em geral, pode acarretar outros problemas, como
distúrbios do sono, por exemplo”.
Fonte: AQUI
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